O aumento da população amapaense nas últimas duas décadas, não foi acompanhado de um programa de produção de alimentos capaz de atender a demanda, levando à importação destes produtos de outros estados da federação, entre eles as hortaliças. Neste processo, o frete e a intermediação, têm contribuído sobremaneira para o encarecimento dos alimentos e o baixo consumo pela população amapaense, sobretudo das hortaliças. Portanto é necessário a implementação de políticas que fortaleçam a produção sustentável de alimentos de forma a atender a esta crescente demanda.
As hortaliças se destacam como fontes de alimento, sendo são fontes de carboidratos, vitaminas e sais minerais, necessários para o crescimento e desenvolvimento humano.
Os benefícios obtidos com o cultivo de hortaliças têm sido sempre de grande relevância para a humanidade.
Profissionais da área agrícola, de modo geral, são unânimes em afirmar que o plantio de hortaliças constitui uma atividade lucrativa e muito agradável, capaz de gerar produtos frescos, de sabor agradável e de alto valor nutritivo.
No entanto, os horticultores do trópico úmido amazônico, enfrentam enormes dificuldades para produzir hortaliças e atender à crescente demanda, principalmente nos grandes centros urbanos. Problemas como a baixa fertilidade dos solos da floresta tropical de terra firme, as elevadas temperaturas, altos índices de pluviosidade e umidade relativa do ar, e a incidência de pragas, são fatores que dificultam a produção de hortaliças neste ecossistema.
Neste sentido, é importante para os agricultores e extensionistas, utilizarem tecnologias de eficácia comprovada que possam atender as suas expectativas e as de consumidores cada vez mais exigentes.
Nesse contexto a Embrapa Amapá vem recomendar cultivares e processos de cultivo, que apresentam bom desempenho nas condições amapaenses.
Para que isso seja possível, a Embrapa Amapá desenvolve um extenso trabalho em pesquisas, tanto na área de melhoramento genético como de processos de produção. Este trabalho é desenvolvido de forma participativa, em
parceria com instituições governamentais e não governamentais e contando principalmente com a participação dos agricultores.
Com esta forma de atuação, a Embrapa Amapá espera contribuir com o desenvolvimento tecnológico do setor olerícola, de forma rápida e satisfatória, trazendo benefícios para toda a sociedade amapaense.
A olericultura é considerada o ramo da horticultura que estuda o cultivo de plantas herbáceas, de ciclo curto, muito utilizadas na alimentação humana, recebendo tratos culturais intensivo, e apresentando alta produtividade e boa rentabilidade.
A população amapaense cultiva e utiliza na sua dieta algumas espécies olerícolas nativas, as quais apresentam grande rusticidade e pouca exigência em relação à fertilidade do solo, suportando temperaturas e umidade do ar elevadas.
Neste grupo de espécies temos:
A partir de 1950, chegou ao Amapá, um grupo de imigrantes japoneses, os quais traziam na sua cultura, conhecimentos sobre o cultivo de hortaliças em regiões tropicais. Estes se instalaram no ecossistema de várzea do Município de Mazagão. Mas, as diferenças culturais com a população local, fizeram com que os japoneses migrassem para a periferia de Macapá. Assim, terminaram se instalando no bairro Perpétuo Socorro, o qual também apresenta ecossistema de várzea, e se caracteriza por apresentar solos de boa fertilidade. Com isto, os agricultores japoneses conseguiam produzir hortaliças a preços competitivos quando comparados com os importados de outras regiões produtoras.
Em 1984, foi criado o Pólo Hortigranjeiro de Macapá, no Distrito de Fazendinha, com a finalidade de assentar 38 agricultores para a produção de hortaliças. Nesse grupo foram incluídos os agricultores que já vinham trabalhando nesta atividade na "Baixada do Japonês", já que o governo do então Território, tinha em seu planejamento, sua utilização com fins habitacionais.
Para estruturação do Pólo de Fazendinha, foi instalada a rede de energia elétrica e construída a estrada de acesso para os lotes.
No pólo hortigranjeiro da Fazendinha, os agricultores assentados receberam do Estado um lote de 6 hectares, com um hectare desmatado e o solo preparado com as operações de aração e gradagem. Além disso, receberam a título de doação um tanque com capacidade para 50 mil litros de água e equipamento de irrigação para irrigar 01 hectare. A associação de agricultores deste pólo, também recebeu doação de um caminhão, uma pick-up, um trator de rodas com implementas para preparo de solo, um microtrator com implementas, duas bombas adutoras para abastecimento de água nos lotes, a partir do igarapé Fortaleza e R$2.000,0 (dois mil reais} para a aquisição de insumos agrícolas para o plantio de espécies olerícolas. Estes assentados dedicaram-se à produção diversificada de hortaliças.
Em 1987, com a criação do Programa Nacional de Irrigação - PRONI, os agricultores deste pólo receberam através do crédito agrícola, um novo impulso para a produção de hortaliças. Neste mesmo ano foi criado o pólo agrícola do Km 09, pela Secretaria de Agricultura do Estado, no qual diversos produtores também dedicam-se à produção diversificada de hortaliças.
A partir de 1995, formou-se um novo pólo para a produção diversificada de hortaliças, com imigrantes nordestinos, no Distrito de lnajá, no Município de ltaubal. Esta ocupação espontânea, aconteceu sem incentivo governamental.
Um novo minipólo hortigranjeiro surgiu em 1997, de forma espontânea, no Distrito de Fazendinha, Município de Macapá. Os agricultores deste assentamento da
periferia de Macapá, são em sua maioria de origem nordestina e dedicam-se à produção diversificada de hortaliças. As hortas podem ser dos seguintes tipos:
Hortas nas quais os olericultores cultivam pequenas áreas com diversas espécies de hortaliças. Geralmente participam uma ou duas vezes por semana da "Feira dos Produtores", subsidiada pelo Governo do Estado.
Apresenta um sistema de produção avançado, com no máximo duas espécies sendo exploradas; utilizam insumos modernos, mecanização e muitas vezes utilizam técnicas de produção em ambiente modificado, como a produção de alface por produtores do Km 09, em estufas tipo guarda-chuva e a hidroponia.
Este tipo de produção industrializada ainda não é praticada por nossos olericultores, no entanto, os supermercados já comercializam este tipo de produção, como: molho e extrato de tomate, batata, cenoura, ervilha e milho verde enlatados, batata e abóbora embalada a vácuo e milho verde em bandejas. As hortaliças minimamente processadas também ainda não são uma realidade em nossas prateleiras, no entanto, espera-se que com o programa de capacitação implementado pela extensão rural, em breve este tipo de produto esteja chegando aos supermercados amapaenses.
Pequenas hortas, geralmente orgânicas, destinadas ao abastecimento familiar.
Hortas implementadas nas escolas com fins educativos.
O local de instalação da horta deve ser ensolarado, próximo de fonte de água, com solo de textura arena-argiloso e de
boa fertilidade, com relevo plano. Deve ser cercado para evitar a entrada de animais.
A identificação botânica é utilizada para evitar erros na identificação das espécies vegetais, já que as plantas possuem diversos nomes vulgares, nos diversos locais e idiomas. Portanto, neste sistema de classificação, as hortaliças, assim como as demais espécies vegetais, são identificadas cientificamente por classe, família, gênero, espécie e variedade.
Familia Amaryllidaceae
Familia Liliaceae
Familia Dioscoreaceae
Familia Chenopodiaceae
Familia Aizoaceae
Familia Cruciferae
Familia Leguminosae
Familia Malvaceae
Familia Umbelliferae
Familia Convolvulaceae
Familia Solanaceae
Familia Cucurbitaceae
Familia Chicoreaceae
Familia Asteraceae
Familia Portulacaceae
A produção de mudas de hortaliças em sementeira tem como finalidade a obtenção de rapidez no crescimento inicial das plantas, economia de espaço, mais uniformidade na germinação e enraizamento das plântulas, melhor controle da água de irrigação e das pragas e patógenos. Como resultado tem-se a formação de plantas robustas e sadias.
O substrato deve ser formado com a seguinte composição:
Observação: Esterilizar o substrato com 1 L água sanitária/ 5 L água / O, 1 m3 substrato, ou tratamento térmico (forno de carvão ou por cozimento em tambores).
Recipientes para semeio:
Viveiro
A estrutura do viveiro pode ser de madeira ou alvenaria e protegido com tela branca de nylon, o que favorece a formação de mudas vigorosas e sadias. Muitas hortaliças como a couve, repolho, pimentão e tomate, respondem com excelentes produções quando suas mudas são produzidas nas condições de ambiente protegido.
Propagação de hortaliças
As hortaliças podem ser propagadas através de:
Preparo de área
O preparo mecanizado da área para plantio de hortaliças deve constar das seguintes operações:
Limpeza
Observação
As condicões ideais para aração devem ser com o so.lo friável, os discos deslizando suavemente na terra ou aiveca tombando normalmente sem deixar torrões. A profundidade de corte deve ser de 25 cm.
Gradagem
Observação
A primeira gradagem é realizada com a grade aberta e a segunda gradagem com a grade mais fechada.
Sulcamento
Tracão animal: 1d/tração animal/ha. Tração Mecanizada: 3h/trator de roda/ha.
Observacão
O sulcad.or deve cortar o solo a 25 cm de profundidade.
Levantamento de canteiros
Manual: 30d/homem/ha. Mecanizado: 5h/trator de roda/ha.
Dimensionamento de canteiros
Observacão
1 hectar com canteiros nestas dimensões contém 62 canteiros de 100 m de comprimento, tendo-se 7.440 m2 úteis.
Características dos implementas de lavrança:
Arado de aiveca
Arado de disco
Grade destorroadora e niveladora de discos
Grade aradora
Enxada rotativa e/ou rotocanteirador
Transplante
É realizado quando as plantas apresentam de 4 a 6 folhas definitivas, ou 1O a 15 cm de altura, ou± 21 dias. O transplante pode ser realizado para:
Covas isoladas: As covas são preparadas com enxada e o transplante realizado com colher de ferro para esta finalidade
Sulcos em linhas simples: Construídos com sulcadores simples à tração animal ou mecanizada. A distância entre sulcos deve ser de 1 m
Sulcos em linhas duplas: Construídos com sulcador duplo a tração mecanizada. A distância entre linhas simples é de 1 m e entre linhas duplas de 0,60 a 0,80 m.
Suporte para evitar o crescimento das hortaliças em contato com a terra; utiliza- se como tutor uma cerca. O tutoramento das plantas é feito com barbante plástico ou o amarrio das plantas a estacas de bambu, taboca ou sarrafos de madeira, suspensas sobre arame liso galvanizado, esticado em moirões reforçados nas extremidades com braços de atracação (pedaços de flexal de 1m). O arame é constantemente esticado com esticadores de madeira ou metal.
As plantas são amarradas ao suporte com auxílio de barbante de fibras vegetais ou de polietileno.
Realizado após o transplante ( 1 semana após) eliminando-se as plantas menos desenvolvidas.
Eliminação dos frutos em excesso, permitindo um maior desenvolvimento dos frutos remanescentes.
Eliminação de ramos ladrões.
Cobertura da superfície do solo com restos vegetais, em meio a cultura. Controla ervas daninhas, diminui as oscilações térmicas e de umidade. A palha de arroz tem efeito repelente sobre os pulgões.
O controle dos inços é realizado através de capinas, mondas (capina manual}, incorporação dos inços com implementas de arrasto e a utilização de herbicidas.
Neste último caso deve-se consultar um agrônomo.
Clima
Desenvolve-se melhor e gera um produto de boa qualidade (folhas tenras, cabeças bem formadas} quando as temperaturas variam na faixa de 12 ° a 22 ºC. Em temperaturas acima de 25 ºC, esta cultura tende a pendoar precocemente, havendo necessidade de produzir em ambientes modificados com sombrite.
Cultivares
Apenas os cultivares de verão como Grandes Lagos-659, Baba, Regina, A-3 e Simpson, conseguem apresentar crescimento satisfatório.
Época de plantio
Todo o ano, tendo-se o cuidado de escolher a cultivar para cada condição de temperatura.
Semeio
É feito nas sementeiras em pequenos sulcos de 1 cm de profundidade, espaçados de 1O cm. Utiliza-se cerca de 2 a 3 g de sementes/m2. Cada grama contém de 900 a 1.000 sementes. A alface também pode ser semeada em bandejas de isopor ou diretamente no canteiro, com posterior raleação.
Adubação básica
3 pás/m2 de cama de aviário e 200 g/m2 de fórmula NPK 10-10-10.
Transplante
É feito quando as mudas estiverem com 4 a 5 folhas e aproximadamente 5 a 7 cm de altura, escolhendo-se as melhores mudas. O transplante deve ser realizado preferencialmente à tarde (clima mais ameno).
Espaçamento de plantio
As mudas devem ser plantadas a uma distância de 25 x 25 cm.
Adubação de cobertura
Aproximadamente 15 dias após o transplante, faz-se a primeira adubação de cobertura usando-se 30 g/m2 de sulfato de amônia ou 15 g/m2 de uréia.
Colheita
Sessenta dias após a semeadura pode-se iniciar a colheita das plantas mais desenvolvidas.
Clima
A planta desenvolve-se melhor em condições de clima tropical em temperatura de 20 a 30 º C.
Cultivares
As mais cultivadas são a Flórida, Market, Embu e Early Long Purple. Também recomenda-se a Ciça, cultivar que apresenta rusticidade e resistência a doenças e excelente produtividade.
Época de plantio
O ano todo.
Semeio
Em copos de plástico, distribuindo-se 3 a 4 sementes/copo. Cada grama contém cerca de 250 sementes.
Adubação básica
Uma pá de cama de aviário, 50 g de superfosfato simples e 20 g de cloreto de potássio por cova.
Transplante
É feito quando as mudas apresentam 4 a 6 folhas e 15 cm de altura, no espaçamento de 1 m entre linhas e entre covas.
Adubação em cobertura
Realizar 3 aplicações de 15 a 20 g de sulfato de amônia, em intervalos de 25 a 30 dias, fazendo-se a primeira no início de floração.
Desbrota
Eliminar as brotações que forem aparecendo na haste principal abaixo das primeiras ramificações.
Colheita
Colher os frutos à medida que eles forem se desenvolvendo, iniciando-se de 90 a 100 dias após o semeio.
Clima
Tem apresentado bom desenvolvimento nas condições climáticas do Amapá.
Cultivares
A cultivar recomendada é "Todo o ano".
Época de plantio
Pode ser cultivada durante o ano todo.
Adubação básica
1 pá de cama de aviário, 80 g de superfosfato simples e 20 g de cloreto de potássio por m2•
Transplante
Aos 30 a 40 dias do semeio, transplantar as mudas para o local definitivo distribuindo-as num espaçamento de 20 a
25 cm entre linhas e plantas. É recomendável usar bulbos enraizados após o aproveitamento das folhas, obtendo-se assim maior precocidade. Os bulbos deverão ser tratados com fungicidas a base de benomyl (0,6g/L) ou tebuconazole (1 ml/L).
Adubação de cobertura
Aplicar 30 a 50 g de sulfato de amônia ou nitrocálcio ou 15 a 30 g de uréia por m2, após cada corte.
Colheita
De 80 a 100 dias após o semeio, iniciar a colheita cortando-se as folhas rente ao solo, ou arrancando toda a planta.
Clima
O chuchuzeiro é planta que desenvolve-se bem em condições de clima quente, em temperatura variando de 22 a 25 º C. É sensível a ventos fortes e constantes.
Época de plantio
O ano todo em regiões de clima quente.
Espaçamento e condução
As covas de 50 x 50 cm devem ser feitas no espaçamento de 4 a 5 m quando a condução é feita em caramanchão. Plantas isoladas podem ser conduzidas sobre cercas.
Mudas
A brotação (ramo emitido após a germinação) deve estar com 1O a 15 cm de altura.
Adubação básica
Duas pás de esterco de galinha, 25 g de sulfato de amônia, 2 kg de superfosfato triplo e 280 g de cloreto de potássio, por cova.
Adubação de cobertura
Aplicar de 6 em 6 meses, de 1O a 15 L/cova de esterco de curral. Mensalmente, aplicar 30 a 50 g/cova de sulfato de amônia ou nitrocálcio.
Colheita
Colher os frutos quando eles atingirem o desenvolvimento máximo, mas com consistência tenra.
Clima
Desenvolve-se bem em condições de clima ameno, tendendo para quente.
Cultivares
Cultivvam-se preferencialmente as variedades Português e Francês.
Época de plantio
O ano todo, em regiões tropicais.
Adubação básica
Uma pá de cama de aviário, 100 g de superfosfato simples e 20 g de cloreto de Potássio, por m2 •
Semeadura
É feita no canteiro, distribuindo-se as sementes em sulcos distanciados de 20 a 30 cm. Semeiam-se de 4 a 5 gramas por m2• Cada grama contém 70 a 80 sementes.
Colheita
Aos 50 a 60 dias, cortar as folhas desenvolvidas ou arrancar toda a planta.
Clima
As espécies da família brasica, apesar de produzirem melhor em condições de clima temperado (7 a 22 ° C), apresentam cultivares e híbridos que produzem em locais de clima quente.
Cultivares
O repolho mais indicado para o Amapá é o Sooshu, dado ser o único a fechar a cabeça nas condições ambientais desse Estado. Para couve, recomenda-se as variedades Georgia e Manteiga.
Época de plantio
Podem ser cultivadas o ano todo, porém preferencialmente no período seco.
Semeio
É realizado em copos de jornal ou plásticos, contendo substrato composto de 3 partes de terra, 1 parte de esterco e 100 g de superfosfato simples por O, 1 m3 de mistura. São semeadas de 3 a 4 sementes/copo a 1 cm de profundidade.
Uma grama contém cerca de 300 sementes.
Observação: Para a couve usa-se também propagação vegetativa, plantando-se os perfilhas retirados da planta mãe. Não é recomendável a semeadura em sementeiras.
Transplante
Quando as mudas estiverem com 4 a 5 folhas e 1O a 15 cm de altura, faz-se o transplante para canteiros, sulcos ou leiras.
Espaçamentos
Adubação básica
50 g de NPK 4-14-8 e uma pá de cama de aviário por cova.
Adubação de cobertura
Aplicar 25 g de NPK 4-14-8 por planta aos 15 dias após o transplante e 25 g da mesma fórmula 15 dias após.
Observação: Para o repolho, fazer 5 pulverizações em intervalos de 15 dias com a seguinte mistura: 1 g de borax + 0,5 g de uréia + 0,5 g de molibdênio + 0,4 de espalhante adesivo, em 1 litro de água.
Colheita
Couve: as folhas vão sendo cortadas, a medida que alcançarem seu máximo crescimento, porém ainda tenras. A colheita inicia-se aos 70 dias após o semeio.
Repolho: Cortar as cabeças quando estas se apresentarem compactas, para tanto deve-se pressionar com o dedo polegar sobre as cabeças.
Clima
Nas condições climáticas do Amapá, o feijão vagem e o de metro têm apresentado bom desenvolvimento, podendo ser cultivados o ano todo, mais preferencialmente de maio a outubro.
Cultivares
Tipo vagem curta: Manteiga e Macarrão Trepador
Tipo Vagem longa: Feijão de metro.
Adubação básica
1 pá de cama de aviário, 100 g de superfosfato simples e 20 g de cloreto de potássio, por cova.
Espaçamento
1m entre linhas e 40 a 50 cm entre plantas.
Semeio
Feito em covas, pondo-se de 3 a 4 sementes por cova, a uma profundidade
de 2 a 3 cm. Cada grama contém de 2 a 3 sementes.
Raleação
É feita quando as plantas estiverem com 3 a 4 folhas definitivas, deixando-se apenas a mais vigorosa.
Tutoramento
O tutoramento das plantas é feito com barbante plástico ou o amarrio das plantas a estacas bambu, taboca ou sarrafos de madeira, medindo de 2,30 m a 2,50 m de altura, suspensas sobre arame liso galvanizado, esticado em moirões reforçados nas extremidades com braços de atracação.
Colheita
É feita cerca de 70 a 80 dias após o plantio, colhendo-se as vagens que estiverem com pleno desenvolvimento, mas com os tecidos da vagem e das sementes ainda tenros.
Pepino (Cucumis sativus L.) Clima
Desenvolve-se melhor em clima tropical.
Cultivares
Dentre as cultivares de pepino do tipo Aodai, são recomendados as cultivares
cultivares Sprint-440 e Monark, e do tipo Caipira, os cultivares Guaíra e Colônia.
Época de plantio
Em regiões de clima quente, como o Amapá, pode ser plantado o ano todo.
Espaçamento
O espaçamento mais recomendado é 80 x 70 cm.
Semeio
Feito em covas, à profundidade de 2 cm, semeando 2 a 4 sementes/cova. Cada grama contém de 30 a 40 sementes.
Observação: Caso se tenha abundância de mão-de-obra, pode-se semear em copos de plástico, mantidos em viveiro telado. Faz- se o transplante a aproximadamente15 dias após a semeadura.
Tutoramento
O tutoramento das plantas é feito com barbante plástico ou o amarrio das plantas a estacas de bambu, taboca ou sarrafos de madeira, medindo de 2,30 a 2,50 m de altura, suspensas sobre arame liso galvanizado, esticado em moirões reforçados nas extremidades com braços de atracação.
Amarração
As plantas são amarradas aos tutores à medida que forem crescendo, utilizando-se barbante de plástico.
Adubação básica
Um a duas pás de esterco curtido por cova e 50 g de fórmula NPK 4-14-8 por cova.
Adubação de cobertura
Aplicar 25 g de NPK 4-14-8 por planta aos 30 a 45 dias após o semeio e duas adubações em coberturas de 1O g de cal hidratado por planta, sendo a primeira no
início da floração e a segunda 15 dias após.
Adubação foliar
Pulverizações semanais com solução contendo 80 g de cal hidratada por 20 L de água. Pode-se adicionar 20 g de fungicida cúprico.
Colheita
Os frutos são colhidos à medida que atingem o tamanho normal, isto é, 3 a 5 cm de diâmetro e 20 a 25 cm de comprimento.
Pimentão (Capsicum annum L.) Clima
A cultura desenvolve-se melhor e produz bons frutos, em temperaturas que variam de 18 a 25 º C. Nas condições de clima e solo do Amapá, a cultura tem mostrado bom crescimento e desenvolvimento, podendo ser cultivada o ano todo.
Cultivares
As cultivares mais recomendadas são: Rubi King e Casca Dura lkeda.
Semeadura
É feita em copos de plástico ou jornal, contendo substrato esterilizado, constituído por 3 partes de terra, uma de esterco e 100 g de superfosfato simples por O, 1 m3 de mistura. Semeia-se de 3 a 4 sementes por copo. Cada grama contém cerca de 150 a 170 sementes.
Transplante
Deve ser realizado quando as mudas estão com 8 a 1O cm de altura. O espaçamento de plantio é de 80 cm entre linhas e 40 cm entre covas.
50 g de fórmula NPK 4-14-8 e uma pá de cama de aviário curtida por cova.
Adubação de cobertura
Realizar duas adubações com 50 g de NPK 4-14-8 por planta, a primeira 15 dias após o transplante e a segunda 15 dias após a primeira. Realizar também duas coberturas de 1O g de cal hidratada por planta, sendo a primeira no início da floração e a segunda 15 dias após.
Adubação foliar
Pulverizações semanais com soluções contendo 80 g de cal hidratada/20 L de água. Pode-se adicionar 20 g de fungicida cúprico.
Tutoramento
Colocar estacas de 1 a 1, 20 cm de comprimento, ao lado de cada planta.
Desbrota e Amarração
Retirar as brotações que aparecem abaixo da 1ª bifurcação da haste principal.
Amarrar as plantas nas respectivas estacas com barbante de plástico.
Colheita
Podem-se colher os pimentões verdes ou maduros. Isto acontece aos 100 a 120 dias após o semeio.
Quiabo (Hibiscus sculentus L. Moech).
Clima
O quiabo é uma planta que se desenvolve bem nos locais de clima tropical, podendo ser cultivado o ano todo nas condições do Amapá.
Cultivares
Os cultivares recomendados são: Chifre de Veado e Campinas Nº 2.
Adubação básica
Uma pá de cama de aviário, 40 g de
de superfosfato simples e 1O g de cloreto de potássio, por cova.
Semeio
Em um hectare de plantio gasta-se 1O kg de sementes. Deve-se semear de 3 a 4 sementes por cova, no espaçamento de 1 m entre linhas e de 40 a 50 cm entre covas. Pode-se também semear em sulcos, distribuindo-se as sementes em linhas.
Raleação
Eliminar as plantas menos desenvolvidas, deixando-se 2 plantas/cova. Quando o semeio for em linha, deve-se deixar de 8 a 1O plantas por metro linear.
Adubação de cobertura
Aplicar 25 g de uréia ou 50 g de sulfato de amônia, por metro de sulco, ou 12,5 g de uréia ou 25 g de sulfato de amônia por planta, após a raleação.
Adubação foliar
Pulverizações semanais com solução contendo 80 g de cal hidratada/20 L de água. Pode-se adicionar 20 g de fungicida cúprico.
Colheita
Com 70 a 80 dias de plantio já existem frutos prontos para colheita, os quais devem ser colhidos antes que se tornem fibrosos.
Clima
A melhor condição para o desenvolvimento da salsa é o clima quente com temperaturas em torno de 25º C. O calor excessivo acelera o florescimento.
Cultivares
Graúda portuguesa, Lisa Comum e a Crespa.
Época de plantio
Nas condições do Amapá, pode ser cultivado o ano todo.
Semeadura
É feita em canteiros, em sulcos distanciados de 20 a 30 cm, à profundidade de 1cm. Gastam-se de 1 a 2 gramas de sementes por metro quadrado de canteiro. Cada grama contém cerca de 700 sementes.
Raleação
Quando as plantas estiverem com 4 a 5 cm de altura, faz-se um pequeno desbaste, deixando as plantas mais vigorosas, espaçadas de 1O a 15 cm.
Adubação básica
Cinco pás de cama de aviário, 100 g de superfosfato simples e 30 g de cloreto de potássio, por m2•
Adubação de cobertura
Aplicar 30 g/m2de sulfato de amónio.
Colheita
É feita cortando-se as folhas mais desenvolvidas das plantas com 1O cm de talo, aos 40 dias após a semeadura.
Tomate (L ycopersison esculentum)
Clima
O tomateiro é uma planta adaptada ao clima tropical, desenvolvendo-se melhor na faixa de temperatura de 15 a 25º C. No clima amapaense o tomateiro tem mostrado bom desenvolvimento, principalmente no período de estiagem (agosto a dezembro).
Cultivares
Caraíba, C-38-D e Compacto 6.
Semeio
Semeia-se em copos de plásticos, colocando de 3 a 4 sementes/copo.
Transplante
É feito aos 25 dias após a semeadura, quando as mudas estiverem com 6 ou 7 folhas.
Espaçamento
No local definitivo, o espaçamento recomendado é de 0,80 x 0,50 m.
Adubação básica
Uma pá de cama de aviário e 100 g de NPK 4-14-8, por cova.
Adubação de cobertura
Realizar duas adubações com 50 g de NPK 4-14-8 por planta, a primeira 15 dias após o transplante e a segunda 15 dias após a primeira. Realizar também duas coberturas de 1O g de cal hidratada por planta, sendo a primeira no início da floração e a segunda 15 dias após.
Adubação foliar
Pulverizações semanais com 80 g de cal hidratada/20 L de água. Pode-se adicionar 20 g de fungicida cúprico.
Tutoramento
O tutoramento das plantas é feito com barbante plástico ou o amarrio das plantas a estacas de bambu, taboca ou sarrafos de madeira, medindo de 1,50 a 2,00 m de altura, suspensas sobre arame liso galvanizado, esticado em moirões reforçados nas extremidades com braços de atracação.
Amarração e desbrote
À medida que a planta cresce, vai sendo amarrada à estaca. Deve-se eliminar com a ponta dos dedos os brotos que surgem nas axilas das folhas. Esta operação não pode ser realizada por fumantes, em virtude da possibilidade de contaminação com o Vírus do Mosaico do Tabaco.
Desbaste
Para as cultivares tipo salada, faz-se o desbaste de frutos, deixando-se 2 ou 3 por penca. Assim, obtém-se frutos mais desenvolvidos e uniformes.
Colheita
Colher os frutos, à medida que atingirem o máximo crescimento, o que ocorre a partir dos 90 a 100 dias do transplante.
Armazenamento
O armazenamento é utilizado não só para proporcionar condições favoráveis
enquanto se espera pela venda, mas também para prolongar o período de comercialização.
O armazenamento das hortaliças pode ser temporal, quando sua venda é quase que imediata e os produtos são armazenados por períodos breves (à noite e fins de semana). Também pode ser de curto prazo (de uma a seis semanas) e de longo prazo (maior que seis semanas).
O armazenamento temporal pode ser realizado em geladeiras, quartos e veículos refrigerados, reduzindo-se assim o campo de calor dos produtos. Já o armazenamento a curto e a longo prazo, pode ser realizado em câmaras frigoríficas, cujas condições e período de armazenamento ideais são apresentados na Tabela 1.
HORTALIÇA |
TEMPERATURA |
UMIDADE REL. |
DURAÇÃO |
|
Abóbora |
0 a 4 |
85 |
a 95 |
1O a 14 dias |
Alface |
0 |
90 |
a 95 |
2 a 3 semanas |
Alho seco |
0 |
70 |
a 75 |
6 a 8 meses |
Brócolis |
0 |
90 |
a 95 |
7 a 1O dias |
Bertália |
0 |
90 |
a 95 |
7 dias |
Berinjela |
8 a 11 |
85 |
a 90 |
1O dias |
Batata |
4 |
85 |
a 90 |
5 a 8 meses |
Batata-doce |
13 a 16 |
85 |
a 90 |
4 a 6 meses |
Cenoura |
0 |
90 |
a 95 |
1O a 14 dias |
Couve |
0 |
90 |
a 95 |
2 semanas |
Couve-flor |
0 |
85 |
a 90 |
2 a 3 semanas |
Feijão vagem |
8 a 11 |
85 |
a 90 |
8 a 1O dias |
Melancia |
2 a 4 |
85 |
a 90 |
2 a 3 semanas |
Melão chinês |
4a7 |
85 |
a 90 |
1 a 2 semanas |
Nabo |
0 |
90 |
a 95 |
4 a 5 meses |
Pimentão |
8 a 11 |
85 |
a 90 |
8 a 1O dias |
Quiabo |
11 |
85 |
a 90 |
2 semanas |
Repolho |
0 |
90 |
a 95 |
3 a 4 meses |
Tomate verde |
13 a 21 |
85 |
a 90 |
2 a 6 meses |
Fonte: Denisen, 1987. |
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Agro Fit 97 CFA/DDIV/DAS - Sistema de Produtos Fitossanitários do Ministério da Agricultura e do Abastecimento.
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